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A ti, de novo

Poderás, sim, seguir o rastro da glória da ação! Mas agir por agir é glória?  Vontade é o Todo então? Persegue tua trajetória, sabes como, Só não espere consolo dos que seguem outra mão. Há quem se anime após alcançar o perdão, Há regozijo, para uns, na superação. Há luta, ação pura, pra quem valorosamente se opõe ao querer perdido. Para outros, como és, a glória está no prazer e os valores na satisfação. 

Minha Cara de Bumda

Minha cara de bunda  É uma cara heróica. Para tê-la lutei tanto Contra o pranto Pra sorrir e Ser feliz Aos olhos outros E mesmo de potro O coração que sangra, roto Não deixar rastros no chão. Minha cara de bunda é um bagaço Mas é o que posso e faço  Heróico e bravo, meu coração.

Me Acostumei a Chorar

Estou tranquilo no pranto, Já não mais carrego espanto ao Ver as causas do chorar. Isso não é transcendência, É muito menos: indescência, Carência, dolência... Casar.  Pois tenho amado uma moça Com tanta e tanto mais força Do que amei tempo atrás. Cada dia que se passa Mais me afundo na desgraça De amar, amar e chorar. Por vezes vem de alegria, Planos, filhos, fantasia, Vejo-a de branco no altar. Choro também por tristeza, Pois quando vem a crueza Penso que não vou ficar. Vejo, virão outro e outros, Daqueles que caem no gosto Da minha amada em paixão. Se apaixona e se enrola, Se joga e joga amor fora, Fico só, no coração. Aí ele se arrebenta Pulsa sangue em tormenta Tremo em medo e solidão. Fica a presença de um corpo Que vibra mais é com outros Sem alma, sem emoção.  Então, seguro meu choro E busco novo consolo  Nas palavras que me vêm, E aqui, chorando, escrevo Em meio a lágrima e dedos, Acostumado a sofrer.  "Indescência" - da minha parte, Qualquer diria em alarde "La

À Deus, o Amor

Eu não sei ser feliz sem ser amando, E não sei te dizer como é depois, Pois nunca fui feliz mais de dois anos Amando um a um, todinho a dois. Não acredito que o amor acaba E se acaba é que amor não foi, Ou foi paixão rasteira e criou asas, Ou foi amor só que não foi a dois. Te quero, mulher! Aonde, quando e nem se Deus quiser. Mas se teu anjo de mim se esconde Eros, foi onde? À Deus, o amor.

Delírio ou Outros Poetas?

Hoje vi teu interesse e Confirmei que te interessas Por mais do que um homem bom, Poeta, em outros poetas. Posso ser perfeito ou não; Mesmo sendo o que tu peças, Teu cupido pôs-me à margem Do teu peito e alma inquieta. Estou ali como o mar, Beira-mar do coração. Sirvo-te e toco em sístole; Em diástole, solidão. A quantas anda o remendo Da minh'alma, coração? Queria ver-te por dentro e Saber o que é real. Se estás te machucando Ou é ciúmes passional. Quero ver se te adentro E te examino essa dor, Se têm verdades disformes Nos cumes de aperto e dor, Ou se eu, ensimesmado, Projeto por todo lado Meus defeitos no amor.

Do Desamor

Nada. Nada é segurança quando de infiéis se trata. Nem o amor que tu ofertas, Nem teu mate, serenata, Nem mesmo o amor bem feito, Nem a beleza da casa, Nem a aparência bonita. Para infiéis, não é nada.

Ser Só

Ser sozinho é um destino. Mesmo entre gentes e trinos, Compromissos e trabalho "Cada macaco num galho" Repito este velho hino E até junção de meninos É uma colcha de retalhos. Não sei mais estar ausente. Enraizado no presente Sou coringa de baralho. Sirvo pra qualquer trabalho, Em qualquer jogo me afino, Mas bobo e Severino Poucos quebram o meu galho. A! Se soubessem da pressa Que tenho em pagar promessas E então trilhar meu caminho... Talvez seguisse sozinho, Talvez os bons se achegassem, Me dissessem "boa viajem!" E eu rumasse, peregrino.